Objectivo do «Human Brain Project» é investigar doenças como Parkinson ou Alzheimer
Um grupo internacional de investigadores está a levar a cargo um programa que pretende simular de forma realista o funcionamento do cérebro humano num super computador. Os objectivos deste Projecto Cérebro Humano (HBP – Human Brain Project) são perceber como se relacionam os nossos neurónios, testar tratamentos contra doenças como o Alzheimer, Parkinson, depressão e criar novas próteses para pessoas incapacitadas.
O projecto está a ser desenvolvido por 13 universidades e instituições de nove países europeus e poderá estar pronto em 2023, isto de conseguir apoio financeiro da Comissão Europeia; apoio esse que seria de 100 milhões de euros durante dez anos. Só para o ano se saberá se há ou não o dinheiro.
Para os cientistas esta ferramenta seria de grande utilidade pois permitiria testar novos fármacos e tratamentos sem necessidade de se recorrer a experiências com animais ou prolongados ensaios clínicos com humanos. Cinco anos antes de 2023, estaria pronto o primeiro protótipo, feito pela IBM.
Henry Markram, investigador da Escola Politécnica Federal de Lausanne, na Suíça, que está à frente do projecto, acredita que esta tecnologia é uma “verdadeira revolução”. O cérebro “é estudado há mais de 200 anos e o número de artigos científicos sobre o mesmo são 10 milhões, no entanto ainda não temos uma visão geral desse órgão”, explica.
Serão criadas oito novas infra-estruturas tecnológicas de alto nível. A primeira, que realizará as simulações, estará situada na Suíça e será semelhante ao centro de controlo de missões da NASA. A secção dedicada à neuro-informática vai parar a Estocolmo.
Este tipo de investigação sobre o cérebro é cada vez mais importante, até porque um terço da população sofrerá de problemas a esse nível. No entanto, considera Markram, tem sido posto de parte pelas farmacêuticas, pois implica alto custo e a complexidade: “Provar a eficácia de um medicamento pode demorar uns 15 anos, havendo sacrifício de animais e testes em humanos”.
O super computador poderá realizar simulações de uma forma mais rápida. E testar milhares de drogas em vez de apenas uma, o que facilitará o aparecimento de novos tratamentos.